Dificilmente os torcedores do Barça e do Real Madrid esquecerão o 2 de maio de 2009.
Para os merengues um gosto amargo na boca, os olhos baixos, a vergonha.
Para os barcelonistas uma sensação indescritível, muito mais que alegria, muito maior que o gozo.
O Bernabéu calado, como se estivesse vazio. Os olhos tristes não podiam acreditar nos gols, no futebol. Um pesadelo, um moinho monstro de Cervantes que passava por cima e demolia os pobres homens de branco, que mais pareciam crianças ao lado dos gigantes.
Do outro lado, o azul e grená, só se ouviam suspiros, só se viam sorrisos. O futebol como poesia, como versos de César Vallejo. O futebol jogado feito amor.
Papéis invertidos na capital espanhola. Enquanto os homens de azul e grená brincavam de bola, as crianças de branco corriam, sofriam e não ganhavam nenhuma recompensa.
6 gols que poderiam ser 9, 10, 12. O jogo bonito levado a sério; compromisso prazeroso pra quem cumpre e pra quem vê.
A partida foi muito bem definida pelas palavras de 2 grandes ícones do Real, o goleiro Casillas
Passaram por nós como um rolo compressor.
e o interminável atacante Raúl
Saímos na frente e até pensamos que poderíamos vencer. Mas aí eles viraram o jogo e este time com a vantagem é praticamente invencível.
Já as palavras de Henry e Messi, que juntamente com Xavi foram os grandes destaques da partida – se é possível apontar apenas 3 – demonstram que esta não foi uma partida atípica.
Queríamos vencer o jogo e conseguimos fazer isto jogando bem.
E
Já fizemos 6 gols em outras partidas, Já apresentamos um futebol tão vistoso assim em outras ocasiões. Desta vez foi em uma partida decissiva, então por isto acho que a repercussão é maior.
Foi um verdadeiro show. Pra quem torce pro Barça ou simplesmente gosta de futebol.
Além da vitória e da proximidade do título, faltam apenas 5 pontos, o Barcelona chegou ao centésimo gol na Liga Espanhola e o trio letal Messi-Eto’o-Henry (69 gols – 27 do camaronês, 23 do argentino e 19 do francês) ultrapassou o lendário ataque merengue de 1961 que tinha nada mais nada menos que Puskas e Di Stéfano.
Mas o massacre no Bernabéu serviu pra muito mais que consolidar recordes. Serviu pra mostrar, de forma irrefutável, que na Espanha não tem pra inguém, que o Real Madrid está longe, muito longe do Barça.
A vitória do Barcelona é uma vitória de todos aqueles que gostam do jogo bonito, vistoso, jogado em forma de espetáculo.
Daqueles que acreditam na base, que cultivam e cultuam a tradição do jogo ofensivo, dos jogadores feitos em casa.
Futebol festa, como bem gosta e não abre mão o povo catalão.
Fotos: Diário Marca
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