Amanhã será uma espécie de Dia D para o futebol brasileiro. Não se trata de uma final de Copa do Brasil, de Mundial nem de Libertadores. É que nesta quinta, 6 de agosto, a justiça julgará o habeas corpus de Edílson Pereira de Carvalho, ex árbitro que foi o pivô do escândalo conhecido como Máfia do Apito.
Edílson foi a ponta de um grande esquema de manipulação de resultados no Campeonato Brasileiro de 2005. Na época, 11 partidas foram anuladas e jogadas novamente em virtude de arbitragens fraudulentas, que tinham como objetivo manipular resultados com fim de favorecer um grupo de apostadores que faziam dinheiro com os jogos em sítios de apostas do exterior.
O caso em julgamento amanhã não é especificamente o da Máfia do Apito, mas do habeas corpus de seu personagem principal, o réu confesso Edílson Pereira de Carvalho. Mas o lance é que o mantenimento do habeas corpus pode resultar em um posterior arquivamento do caso principal, que corre em Jacareí, no interior de São Paulo.
E pelo que leio no blog do PVC, com desembargadores garantistas – pra usar a linguagem jurídica – a tendência é que o habeas corpus seja mantido e tudo acabe em pizza.
Seria uma pena. Esquemas como este descoberto em 2005 pela equipe do delegado Protógenes Queiroz – que inclusive declarou que as investigações poderiam envolver muito mais gente, inclusive jogadores, caso os repórteres André Rizek e Thaís Oyama não tivessem se apurado em publicar as denúncias – são muito difíceis de serem comprovados.
E quando temos todas as provas, confissões e tudo mais, corremos o risco de não dar em nada. Ou dar em pizza.
O mantenimento do habeas corpus de Edílson Pereira de Carvalho e o possível arquivamento do processo da Máfia do Apito representarão grandes retrocessos para o futebol brasileiro.
Pior que a dificuldade para se comprovar as tretas da bola, é a impunidade que se desenha neste caso, mesmo com todas as provas jogadas em nossas caras.
Só pra constar, os desembargadores que julgarão o habeas corpus de Edílson Pereira de Carvalho nesta quinta feira são Christiano Kuntz, Fernando Miranda e Francisco Menin.
A bola agora está com eles!
Trilha Sonora: Réu Confesso – Tim Maia
Imagem: Rádio Sara Brasil
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